Tartaruga-verde sai da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil

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Tartaruga-verde sai da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil

O documento publicado nessa quarta aponta que, considerando fauna e flora, 280 espécies saíram das categorias de ameaça

Foto: Divulgação

Portaria MMA Nº 148, de 7 de junho de 2022, publicada nesta quarta-feira (8), que divulga a nova Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção no Brasil, revela que houve melhora no estado de conservação de quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil, incluindo a saída da Lista de Espécies Ameaçadas da tartaruga-verde, Chelonia mydas. O resultado vem de um esforço de conservação de mais de 40 anos, incluindo a criação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e da Biodiversidade Marinha do Leste (TAMAR/ICMBio), em 1990.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), entidades responsáveis pelo processo de avaliação, buscam ampliar o número de espécies estudadas e categorizadas quanto ao seu risco de extinção. Na nova lista, o JBRJ avaliou 7.524 espécies da flora brasileira – em 2014, data da última listagem foram 4.617 espécies. Já o ICMBio avaliou 8.537 espécies de fauna até maio de 2021 – a expectativa é que até o final do ano, esse número chegue a 15 mil, ultrapassando significativamente o quantitativo de 2021 (12.254).

Considerando fauna e flora, 280 espécies saíram da categoria de ameaça, 131 foram indicadas para categorias de menor ameaça, 2.749 permaneceram na mesma categoria de avaliações anteriores e 1462 espécies entraram na lista.Para ter acesso ao documento completo, clique aqui. Cabe destacar que o crescente aumento do número de espécies oficialmente consideradas ameaçadas de extinção tem relação direta com a expansão do universo de espécies estudadas e avaliadas para obtenção da Lista, além do aperfeiçoamento e amadurecimento das instituições responsáveis.

Nesta quarta-feira, o Conselho Nacional de Biodiversidade (Conabio) realiza sua 70ª reunião ordinária, onde serão debatidos os resultados da lista de espécies ameaçadas e também a revisão do Programa Pró-Espécies para a conservação da biodiversidade brasileira.

Atualizações

Com essa revisão do Programa Pró-Espécies que está em andamento, espera-se que as atualizações da Lista passem a ser publicadas anualmente, o que representa um ganho para a conservação das espécies uma vez que haverá menor intervalo entre a avaliação e categorização de uma espécie e sua atualização na Lista para fins de aplicação nas políticas públicas ambientais.

Antes, era preciso esperar a avaliação ou reavaliação de todas as espécies para que a Lista fosse atualizada, resultando em demora para atualização do estado de conservação daquelas avaliadas no início do ciclo. Para se ter uma ideia, a lista publicada agora está com as atualizações referentes às avaliações realizadas entre 2015 e maio de 2021. Já a partir de 2023, a nova atualização vai trazer as espécies avaliadas entre maio de 2021 e final de 2022.

Políticas públicas

O Brasil detém cerca de 22% da biodiversidade do planeta, que inclui mais de 46 mil espécies de algas, plantas e fungos, mais de 120 mil espécies de invertebrados e cerca de 9 mil espécies de vertebrados.

Uma das principais estratégias adotadas pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio de suas entidades vinculadas, para assegurar e promover a gestão e conservação dessa biodiversidade é coordenar o processo de monitoramento e avaliação do estado de conservação das espécies, inclusive para poder estabelecer estratégias direcionadas para cada espécie.

Muitas das espécies contempladas hoje na Lista são alvo de instrumentos de conservação do Estado Brasileiro, como os Planos de Ação Nacionais e Territoriais para Conservação das Espécies Ameaçadas (PANs e PATs), Planos de Redução de Impacto à Biodiversidade (PRIMs), Planos de Recuperação de Espécies Ameaçadas. Esses instrumentos são, em sua maioria, recentes, com no máximo 10 anos de existência.

Fonte: ASCOM MMA

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Afinal, o que são as mudanças climáticas?

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Afinal, o que são as mudanças climáticas?

Muito se fala sobre mudanças climáticas, mas o que isso realmente quer dizer?

Foto: Divulgação

Nos últimos anos, muito tem se falado sobre a questão climática e seus impactos no planeta e na vida humana. Mas, afinal, o que isso tudo realmente quer dizer?

As mudanças climáticas são alterações, a longo prazo, nas características do clima e da temperatura do planeta. A diferença entre mudanças climáticas e variabilidade climática é que as mudanças climáticas são atribuídas às atividades humanas que podem alterar a composição da atmosfera, enquanto a variabilidade é atribuída a causas naturais, ou seja, as mudanças climáticas só acontecem porque o homem afeta a natureza.

A partir de 1850, com a Revolução Industrial, as atividades produtivas passaram a ser movidas por combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural. Quando queimados, eles liberam o dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, formando uma camada de gases na superfície terrestre. Essa camada é a responsável pelo efeito estufa, fenômeno natural e necessário que retém parte da radiação solar e mantém a temperatura do planeta. No entanto, a ação humana tem feito com que a quantidade de gases na atmosfera seja maior que o ideal, causando uma elevação na temperatura média do planeta, o chamado aquecimento global.

Os impactos

Os efeitos da mudança no clima são variados, preocupantes e afetam não somente a natureza, como também o ser humano. A poluição do ar, por exemplo, causada pela queima dos combustíveis fósseis, pode gerar problemas respiratórios e ainda elevar a mortalidade devido às doenças cardiovasculares e pulmonares. As mudanças no clima podem ainda aumentar os casos de doenças transmitidas por vetores e enfermidades infecciosas.

Na natureza, alguns dos impactos são: o aumento da temperatura global do planeta, o derretimento das geleiras polares, tempestades mais intensas e períodos de seca mais frequentes. Essas mudanças têm efeitos diretos no cotidiano das pessoas. Por exemplo, se chove mais ou menos do que o esperado no campo, a colheita de alimentos pode sofrer danos, fazendo com que a comida fique mais escassa, assim se tornando mais cara, ou seja, inviabilizando o direito à segurança alimentar, bem como o direito de mobilidade quando há deslizamentos de terras, inundações ou vazantes afeta o direito à educação, pois crianças e adolescentes ficam impossibilitados de ir às escolas.

As causas

De acordo com o relatório feito, em 2021, pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científicas sobre essa temática, constata-se que o principal ator responsável pelo aumento da temperatura do planeta, e alterações climáticas, é o ser humano, especialmente a partir da Revolução Industrial, e tem intensificado exponencialmente nos últimos anos.

A queima de combustíveis fósseis, o aumento do desmatamento e das queimadas, a emissão de gases poluentes na atmosfera e a poluição dos recursos hídricos alteram diretamente as dinâmicas do ecossistema global, e consequentemente resultam nos desequilíbrios ambientais atuais, assim como suas consequências sobre a vida humana. A vulnerabilidade de pessoas e ecossistemas à mudança do clima é muito variável. Hoje, estima-se que entre 3,3 bilhões e 3,6 bilhões de pessoas vivam em locais ou contextos altamente vulneráveis à mudança do clima, de acordo com o Observatório do Clima. Gênero, etnicidade e renda são ainda fatores de aumento de vulnerabilidade.

Possíveis soluções

E o que podemos fazer para amenizar os efeitos das mudanças climáticas? Reduzir as emissões de gases de efeito estufa é a solução mais comentada, ou seja, mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Essa redução seria feita ao mudar os sistemas de energia de combustíveis fósseis para sistemas de energia renováveis, como a energia solar e a energia eólica, por exemplo. Entretanto, as ações de mitigação podem acontecer em nível local: por exemplo, uma comunidade pode integrar a gestão de resíduos e estabelecer seu próprio programa que seja liderado por membros da comunidade. Existem diferentes níveis de engajamento para mitigação.

Outra medida para amenizar as consequências da mudança no clima é a adaptação a essas mudanças, que podem ser feitas de diversas formas, desde transformações arquitetônicas, de engenharia, até a de adaptação por ecossistemas. Essa adaptação protege pessoas, casas, empresas, meios de subsistência, ecossistemas naturais e infraestrutura, ajudando a mitigar os impactos atuais e os possíveis de acontecer. A adaptação será necessária em todos os lugares, mas requer urgência para pessoas mais vulneráveis para lidar com os impactos climáticos.

 

*Autoras: Mayra Portela Silva Matteucci; Maria Luiza Naves Cançado; e
Fátima Maria Moraes Silva
Revisores: Beatriz Ilek Rey e Gabriel Feitosa de Jesus

Fonte: Blog UNICEF

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5 formas de ganhar dinheiro preservando a natureza

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5 formas de ganhar dinheiro preservando a natureza

Confira quais são as 5 principais formas de ganhar dinheiro preservando a natureza:

Foto: Divulgação

1- Pagamento por Serviços Ambientais (PSA)

O Pagamento por Serviços Ambientais é uma forma de ganhar dinheiro preservando a natureza. Ele é capaz de minimizar as falhas de gestão que não leva em consideração o valor de um determinado serviço ecossistêmico.

Dessa forma, os usuários ou beneficiários de tal serviço precisam remunerar seus provedores. Aqui, se usa o princípio do “provedor-recebedor” para as devidas atribuições.

Um exemplo é a questão da água. Todos precisam de água (recebedores do recurso) e uma das formas de proteger esse recurso é manter o entorno das nascentes de propriedades privadas (provedores) conservadas. Então, nesse raciocínio, o provedor receberia um valor por conservar as suas nascentes.

Em áreas de proteção de mananciais para abastecimento público, o programa tem recebido uma série de iniciativas para a sua implementação. Tanto através da conservação de remanescentes já existentes, como também no incentivo e pagamento aos provedores de plantios de restauração ecológica realizados em áreas de recarga de aquíferos e lençóis freáticos.

Para que o PSA seja expandido, é muito importante que as pessoas conheçam tal iniciativa. Assim, elas compreendem bem a noção de serviço ecossistêmico, um recurso natural disponibilizado para a sociedade.

Dessa forma, o PSA é utilizado como ferramenta protetiva e de recuperação da biodiversidade e de recursos hídricos. Com isso, também há a redução das mudanças climáticas através de uma menor emissão de carbono, por exemplo. Os benefícios, portanto, são locais, regionais e, porque não dizer, globais!

2- Restauração produtiva

A restauração produtiva pode ser realizada em dois ambientes distintos dentro de uma propriedade: na Área de Preservação Permanente (APP) e na Reserva Legal (RL).

Tanto a APP como a RL possuem funções e usos distintos. Na APP o uso é mais restritivo, ao contrário do que acontece na RL. O novo Código Florestal (Lei nº 12.651) instituiu a possibilidade do aproveitamento econômico de Reservas Legais, desde que para atividades de baixo impacto. Trata-se, então, de uma outra excelente oportunidade para se ganhar dinheiro preservando a natureza e seguindo a legislação ambiental.

Mesmo considerando o uso distinto na ocupação de APPs e RLs, em ambas, preconiza um princípio fundamental que é a conservação ambiental.

A Reserva Legal é uma área especial para o uso sustentável da biodiversidade. Por exemplo, em um bioma florestal, como a Mata Atlântica, é possível plantar espécies nativas madeireiras e frutíferas juntamente com espécies exóticas. Assim, você consegue fazer uso da madeira e das frutas, além de vender sementes.

Em contrapartida, a APP é um pouco mais restrita, já que possui uma função de proteção de um recurso específico e tão importante, a água. Dessa maneira, para utilizá-la com vistas a obtenção de recurso, é preciso realizar ações de baixo impacto que não descaracterizem a vegetação.

Nesse sentido, você pode explorar espécies nativas, frutíferas, produtoras de semente e SAFs, por exemplo.

3- Manejo sustentável

O manejo sustentável é uma forma de ganhar dinheiro preservando a natureza. Trata-se da exploração de um recurso natural através de técnicas específicas e/ou dimensionamento da produção para que o recurso se mantenha viável ao longo do tempo. Sendo uma das formas de ganhar dinheiro preservando a natureza.

No caso da produção de madeira, por exemplo, é realizar um plano de manejo que o indique qual o volume a ser retirado da floresta por período. Sendo capaz de respeitar a estrutura da população da espécie e a manutenção de longo prazo.

Já em relação a produtos não-madeireiros, seria avaliar qual o potencial de produção anual que possibilite a renovação da produção para a próxima estação.

A não preocupação com a renovabilidade dos recursos tem resultado no aumento do número de espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção no Brasil. Além disso, o mesmo ocorre nas respectivas listagens oficiais de uma série de Estados brasileiros que possuem legislação específica. Consulte a lista oficial da flora brasileira ameaçada de extinção!

Na Mata Atlântica, uma espécie com incrível potencial para geração de recursos em comunidades rurais é o palmito-jussara (Euterpe edulis). Trata-se de uma espécie ameaçada de extinção tanto na listagem oficial do Estado de São Paulo quanto na listagem nacional.

O palmito-jussara possui o potencial de exploração na produção do açaí (beneficiamento dos frutos coletados) e no corte dos indivíduos adultos para a produção do palmito em conserva.

Em ambos os casos, é necessário se realizar um Plano de Manejo. Assim, é possível se realizar um diagnóstico específico para a produção do palmito numa determinada área, ainda mais por se tratar de uma espécie ameaçada. Por conta disso, é necessário uma autorização especial do governo para explorá-la.

Há outras espécies com claros potenciais para o manejo sustentável. Outro exemplo para a Mata Atlântica é a Araucária (Araucaria angustifolia).

No caso do Cerrado, há uma série de espécies com potencial de uso. Muitas delas já são usadas para a produção de sorvetes, geleias, compotas e uso em pratos específicos.

As técnicas usadas na obtenção de recursos através do Manejo Sustentável têm como objetivo a diminuição dos impactos provenientes de alguma ação de exploração do local. Além disso, através de um planejamento estratégico de colheita, portanto, essas técnicas garantem a sustentabilidade da produção.

Com isso, o manejo sustentável combate as fontes de distúrbios naturais para que as florestas manejadas sejam capazes de evoluir de forma semelhante às florestas originais. Esse tipo de manejo é uma das maneiras mais eficazes de se cuidar e utilizar um ecossistema florestal, a fim de que ele produza diversos bens e permita a exploração de serviços no local, sendo uma excelente fonte de renda.

4- Compensação ambiental para ganhar dinheiro preservando a natureza

A compensação ambiental é uma das principais e mais imediatas formas de ganhar dinheiro preservando a natureza.

Ela nada mais é do que permitir que um agente (empreendedor ou produtor rural) que produziu um dano ambiental (supressão de vegetação nativa) – e/ou possui uma inadequação em sua propriedade (falta ou baixa cobertura de Reserva Legal) – faça a sua compensação ambiental em uma outra propriedade. Isso garante a preservação de um ecossistema já constituído. Ou seja, possibilita ganhar dinheiro preservando a natureza.

Portanto, quem possui excedente de vegetação pode ganhar dinheiro com isso!

Mas como você sabe se uma propriedade possui o tal excedente de vegetação?

O excedente de vegetação nativa é a área correspondente com vegetação que ocorre fora das APPs e Reserva Legal. O percentual de RL é diferente em cada um dos biomas brasileiros. No caso da Mata Atlântica, o % de RL que uma propriedade necessita possuir é de 20%. Esse valor não contabiliza as APPs.

Então, se uma propriedade possui além de 20% dentro do Bioma Mata Atlântica, ela pode oferecer esse percentual da propriedade como área passível de compensação ambiental a quem possui um dano e/ou exigência de adequação. Assim, os valores por hectare dependem muito da localização geográfica da propriedade com excedente de vegetação.
Outros casos

Esse mecanismo tem sido muito utilizado, por exemplo, no caso de produtores agrícolas que precisam realizar a adequação ambiental de suas propriedades. Com o mercado externo cada vez mais exigente quanto à procedência das commodities produzidas, eles precisam garantir ao seu consumidor que executa a produção respeitando a legislação ambiental do produto de origem.

Assim, em muitos casos, esses produtores não possuem área de Reserva Legal suficiente. Então, buscam outras propriedades com excedente de vegetação para concluir a sua adequação ambiental.

Se você possui excedente de vegetação nativa em sua propriedade, você pode se beneficiar disso economicamente!

5- Coleta de sementes e produção de mudas

Há uma ampla gama de recursos florestais não-madeireiros capazes de gerar renda a proprietários rurais.

A coleta de sementes é um dos recursos mais fáceis de se obter no campo. Assim, mercado de venda de sementes está em franco crescimento no Brasil. Afinal, há uma destinação certa… os viveiros florestais.

Ao longo do tempo, inclusive, foram desenvolvidas uma série de Rede de Sementes. Seu objetivo era auxiliar na destinação, comércio e networking entre os agentes do setor.

A coleta de sementes é permitida fora de Unidades de Conservação. Assim, há outra possibilidade imediata de obtenção de renda a partir da floresta em pé. Há uma série de manuais que auxiliam o interessado a organizar a sua produção, desde a marcação de matrizes, até o beneficiamento e armazenamento dos propágulos (frutos/sementes) coletados.

Caso o interesse seja pela produção de mudas, o investimento inicial no negócio será maior. Isso se dá porque haverá a necessidade de se construir uma estrutura capaz de germinar as sementes, de receber as mudas, e de destinar as mudas.

Assim, há o processo de rustificação (preparação para o o plantio). Há, ainda, o custo da mão de obra que deverá ser permanente e mais intensiva, quando comparada a de apenas desenvolver o negócio da coleta de sementes.

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O que são RPPNs e qual a importância delas para o Brasil?

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O que são RPPNs e qual a importância delas para o Brasil?

País já soma 1667 Reservas Particulares do Patrimônio Natural com cerca de 900 mil hectares de áreas protegidas; dia 31 de janeiro é comemorado o dia nacional dessas terras.

Existem mais de 1665 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no Brasil. — Foto: Divulgação REGUA

O artigo 225 da Constituição Brasileira diz: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Com o intuito de dividir com o governo o ônus da conservação e ajudar na proteção da fauna e da flora brasileira, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) funcionam como unidades de conservação criadas voluntariamente em áreas particulares pelos próprios proprietários de terra, sejam pessoas jurídicas ou físicas.

O dia 31 de janeiro é reconhecido como o Dia Nacional das RPPNs, já que há 31 anos foi assinado, pelo então presidente José Sarney, o decreto que incluía as áreas na legislação do Brasil.

Não há tamanho mínimo ou máximo para uma RPPN. O laudo de vistoria técnica que define se a área tem ou não atributos para o reconhecimento como Reserva. — Foto: Divulgação Veracel

Sonia Wiedmann, na época era Procuradora Geral do Ibama, participou de todo processo. “Tudo começou com a criação de um documento (portarias) a pedido de fazendeiros gaúchos que queriam proteger as próprias terras contra o desmatamento clandestino e a caça. Com o tempo isso foi ganhando grande receptividade e evoluindo até que, com muita cautela, criamos o decreto que oficializaria as RPPNS”, explica.

Para a surpresa dela e da equipe, o sucesso do projeto foi grande e gerou uma enorme procura do público, o que fez surgir a necessidade da criação de um núcleo específico dentro do órgão ambiental para a análise de documentos e vistorias.

Hoje em dia esse trabalho pode ser feito na esfera federal através do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), também pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de onde a terra se encontra e até mesmo, em alguns casos, pela Secretaria Municipal que tem legislação específica para a criação das RPPNs.

Como criar uma RPPN? — Foto: Arte TG

De qualquer modo, a burocracia para a oficialização das terras evoluiu e se tornou mais simples. Atualmente existem 1667 Reservas Particulares que representam cerca de 900 mil hectares de áreas protegidas em todos os biomas do País.

No Pantanal, duas delas – RPPN NEIVO PIRES 1 e 2 – pertencem a família do administrador de empresas Laercio Machado de Sousa, que assumiu o compromisso de proteger a região em Miranda, no Mato Grosso do Sul, em 2001. “O que nos motiva é a vontade de ajudar a conservação da biodiversidade. Tudo que estamos protegendo gera benefícios também para a sociedade. Somos guardiões da natureza, já que protegemos recursos hídricos, ajudamos na geração do oxigênio, na captação de carbono e também na manutenção da fauna e flora, entre outras coisas”.

Dentro das reservas três atividades são permitidas: a pesquisa, o ecoturismo e a educação ambiental.

Essas atividades ocorrem, por exemplo, na RPPN Estação Veracel, que se encontra nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruza Cabrália, na Bahia, e é considerada a maior reserva de Mata Atlântica do Nordeste. “Desenvolvemos ações para a proteção e o manejo de ecossistemas, contamos também com programas de pesquisa que buscam estimular a geração de conhecimento sobre a biodiversidade da área e também trabalhamos com a educação ambiental e a visitação, que tem destaque para o turismo de observação de aves”, explica Priscilla Sales Gomes, que é analista ambiental da empresa.

Florada dos ipês no Pantanal pode ser observada em Reserva do Patrimônio Particular Neivo Pires I e II. — Foto: Laercio Machado de Sousa/Arquivo Pessoal

A ONG ambientalista Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) também é grande aliada na luta para a preservação do bioma mais destruído do Brasil, na alta bacia do Rio Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. A organização possui três RPPNs, a Reserva Ecológica de Guapiaçú I, II, III e está aguardando a aprovação de mais duas: as Reservas Ecológicas de Guapiaçú IV e V.

“Na REGUA estamos empenhados em aumentar a área protegida oferecendo a natureza a possibilidade de recuperar a sua saúde e a sua resiliência. Queremos devolver a natureza a sua dignidade e criar um modelo de gestão que possa ser copiado e multiplicado. Até o momento temos plantado 650 mil mudas de espécies arbóreas nativas e 400 hectares fortalecendo assim o ecossistema da Mata Atlântica na bacia do rio Guapiaçú”, explica o presidente Nicholas John Locke, que é ambientalista e técnico agrícola.

Quem decide, voluntariamente, criar áreas de RPPNs e ajudar na luta para a conservação da biodiversidade também recebe benefícios legais, entre eles o direito da propriedade assegurado, a isenção do ITR (Imposto Territorial Rural para a área de RPPN) e a prioridade de análise de pedido de crédito rural.

Dentro das Reservas Particulares é permitido o turismo ecológico, a educação ambiental e o incentivo a ciência. — Foto: Divulgação Veracel

A ONG ambientalista Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) também é grande aliada na luta para a preservação do bioma mais destruído do Brasil, na alta bacia do Rio Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. A organização possui três RPPNs, a Reserva Ecológica de Guapiaçú I, II, III e está aguardando a aprovação de mais duas: as Reservas Ecológicas de Guapiaçú IV e V.

“Na REGUA estamos empenhados em aumentar a área protegida oferecendo a natureza a possibilidade de recuperar a sua saúde e a sua resiliência. Queremos devolver a natureza a sua dignidade e criar um modelo de gestão que possa ser copiado e multiplicado. Até o momento temos plantado 650 mil mudas de espécies arbóreas nativas e 400 hectares fortalecendo assim o ecossistema da Mata Atlântica na bacia do rio Guapiaçú”, explica o presidente Nicholas John Locke, que é ambientalista e técnico agrícola.

Quem decide, voluntariamente, criar áreas de RPPNs e ajudar na luta para a conservação da biodiversidade também recebe benefícios legais, entre eles o direito da propriedade assegurado, a isenção do ITR (Imposto Territorial Rural para a área de RPPN) e a prioridade de análise de pedido de crédito rural.

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A maior reserva particular do Brasil

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A maior reserva particular do Brasil

A maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, tem 108 mil hectares e é um laboratório a céu aberto do Pantanal primitivo.

Divulgação/internet

Em duas décadas de existência, mais de 70 pesquisas nacionais e internacionais sobre o Pantanal foram realizadas na área localizada em Barão de Melgaço (MT), que é equivalente a cidade do Rio de Janeiro e representa 2% do Pantanal de Mato Grosso e 1% do Pantanal brasileiro.

Da abundante biodiversidade da Bacia do Alto Paraguai, com 1.059 espécies de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, a Reserva detém 630. Isso significa que 60% destas espécies estão presentes na RPPN. Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 12. Além de ser a maior RPPN do país, a reserva do Sesc Pantanal ainda é Zona Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, faz parte da terceira maior Reserva da Biosfera do planeta e é Sítio Ramsar.

Entre os benefícios que a RPPN presta à humanidade estão a purificação das águas, controle das inundações, reposição das águas subterrâneas, controle do fluxo de sedimentos e nutrientes do solo, reservas de biodiversidade e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

A área possui seis Postos de Proteção Ambiental, uma delas próxima ao Rio Cuiabá, que recebe turistas do Hotel Sesc Porto Cercado para conhecer o trabalho realizado na reserva. O passeio conduzido por guarda-parques inclui o trajeto com barco, de 1h30, e uma trilha.

Divulgação/internet

Localização e acesso:

A RPPN está localizada entre 16° 28’ e 16° 50’ de latitude Sul e 56° e 56° 30’ de longitude Oeste no município de Barão de Melgaço, no limite sul do estado de Mato Grosso, Brasil. Na estação, seca via terrestre a partir de Cuiabá, o deslocamento é pela rodovia MT-040 até o município de Santo Antônio de Leverger, em seguida pela MT-070 até o Distrito de Mimoso (município de Barão de Melgaço) (Estrada Parque Santo Antônio de Leverger – Porto de Fora) e pela MT-455 até o Distrito de São Pedro de Joselândia (percurso terrestre total de aproximadamente 170 quilômetros).

Durante a cheia, o deslocamento a partir de Cuiabá é pela rodovia BR-070, até Poconé pela MT-060, em seguida até Porto Cercado pela MT-370 (Estrada Parque Porto Cercado) (percurso terrestre de aproximadamente 143 quilômetros). De Porto Cercado até a RPPN o deslocamento é realizado via fluvial (rio Cuiabá, Riozinho, canais, corixos), e a parte terrestre é realizada com veículos 4×4, cavalo, quadriciclo, charrete ou carro de boi. Este percurso também pode ser feito na estação seca, partindo de Porto Cercado via fluvial pelo rio Cuiabá até o Porto Biguazal. Em situações emergenciais e para o monitoramento ambiental para prevenção e combate aos incêndios, o deslocamento é aéreo.


Fonte: https://www.sescpantanal.com.br

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Conheça o livro sobre as RPPNs do Espírito Santo

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Conheça o livro sobre as RPPNs do Espírito Santo

Lançado pela editora Bela Vista Cultural, em parceria com a Associação Capixaba do Patrimônio Natural (ACPN), o livro, com 160 páginas, é o resultado prático de uma expedição realizada em 2021 pela equipe da editora e da ACPN, com a participação do fotógrafo Silvestre Silva, experiente na área de botânica, que visitou 19 municípios capixabas, registrando imagens inéditas e colhendo informações sobre 36 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) incluídas na obra.

Além de trazer informações, fatos curiosos, histórias de vida e dados sobre a fauna e a flora presentes nestas reservas, o livro também aborda o contexto em que foram criadas e as características humanas, históricas e culturais dos municípios e diferentes regiões capixabas onde estão presentes.

“O trabalho de campo foi muito gratificante. Primeiro pela beleza das paisagens, com suas montanhas, matas, praias e rios. Segundo pelo lado humano – os donos das RPPNs nos atenderam com uma hospitalidade difícil de esquecer. O nosso desafio foi o de retribuir esse carinho e mostrar toda essa riqueza ao leitor”, afirma Sérgio Simões, coordenador editorial da Bela Vista Cultural e membro da equipe de campo.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma unidade de conservação privada onde o proprietário, voluntariamente, decide proteger uma determinada área em caráter perpétuo. Tal iniciativa contribui para o meio ambiente e permite a realização de ações derivadas, relacionadas à educação ambiental, à pesquisa e ao turismo sustentável, apresentando ao cidadão a importância da conservação da biodiversidade.

Hoje, o Brasil possui mais de 1.600 Reservas Particulares, que representam cerca de 900 mil hectares de áreas protegidas, em todos os biomas do País. No Espírito Santo, onde Mata Atlântica já ocupou praticamente todo o estado, são 57 RPPNs reconhecidas, que abrigam remanescentes florestais resistentes ao povoamento, às plantações, às pastagens para a pecuária e ao desmatamento. Das 57 RPPNs capixabas, duas estão no município de Guaçuí.

O livro evidencia também o ecoturismo em Reservas Particulares, como nos municípios de Vargem Alta, Santa Teresa, Santa Leopoldina, Piúma, Muniz Freire e Marechal Floriano, entre outros. Amante da fotografia e um dos proprietários da RPPN Macaco Barbado em Santa Teresa, o sociólogo Walder Marianno acompanhou de perto a expedição na sua área e destaca a importância do livro.

“Os RPPNistas visitados participaram das respectivas expedições em suas reservas. O livro é importantíssimo por ser uma fonte técnica de informações com a divulgação das unidades de conservação privadas. É também um material instrucional para as escolas e de divulgação entre futuros RPPNistas”, comentou Walder.

Escolas capixabas serão visitadas

A obra, segundo a editora e a ACPN, faz parte de uma ação mais ampla, realizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da iniciativa privada, que visa promover a doação de exemplares do livro para escolas públicas e entidades parceiras para disseminar a mensagem preservacionista da proposta.

Na segunda etapa do projeto, a equipe percorreu diferentes municípios capixabas e visitou mais de 80 escolas e entidades. O objetivo, segundo os organizadores, é disseminar a mensagem preservacionista da proposta.

Exposição fotográfica digital

Além de ser formado pela obra editorial, o projeto “Cultura e Natureza – RPPNs do Espírito Santo”, conta com uma exposição fotográfica digital e apresentações culturais.

Saiba mais detalhes acessando o site: https://www.rppnsdoes.com.br/


*Os interessados em adquirir os livros podem fazer isto durante os lançamentos ou por meio da loja no site da editora por R$ 50:
https://www.belavistacultural.com.br/

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Meio ambiente: mercado de carbono compensa excesso de emissão

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Meio ambiente: mercado de carbono compensa excesso de emissão

Quem polui mais o ar paga para quem polui menos

Foto: Divulgação

Qual é a necessidade de frear o aquecimento global? Uma alternativa que vem ganhando força é o mercado de carbono. Mas o que é esse mercado? Ele funciona assim: quem polui mais o ar paga para quem polui menos e assim é possível compensar o excesso de emissão de carbono. Esse mercado surgiu na Eco 92 e ganhou força com o Protocolo de Kyoto em 1997 e o acordo de Paris em 2015.

Na prática, uma empresa, por exemplo, adota ações para reduzir ações de gases que causam o efeito estufa. Depois uma entidade especializada avalia e certifica essa redução de emissões e, a partir dessa informação, define quantos créditos essa empresa pode vender no mercado de carbono.

O engenheiro Gabriel Estevam Domingos, diretor de uma empresa de gestão ambiental, explica que cada crédito equivale a uma tonelada de carbono que deixou de ser lançada ao ar. Ele detalha as formas utilizadas para reduzir a emissão de carbono.

O especialista em finanças e políticas climáticas do Banco Mundial Alexandre Kossoy diz que o crédito de carbono, além de servir para o comércio, deve estimular também uma economia mais sustentável.

Existem dois tipos de mercado de carbono: o regulado e o voluntário. No regulado, as regras são fixadas em legislação nacional ou regional com metas e definem quem deve compensar, como isso deve ser feito. Segundo o Banco Mundial, existem 68 mecanismos regulados de precificação do carbono no mundo, 32 são mercados de carbono.

Já o mercado voluntário é facultativo. Nele, empresas, governos e pessoas físicas podem negociar. Para as empresas, é um modo de agregar valor social e ambiental no negócio.

Por Gabriel Brum* – Repórter da Rádio Nacional Brasília

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Mata Atlântica terá biodiversidade mapeada por meio de estudo de DNA ambiental

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Mata Atlântica terá biodiversidade mapeada por meio de estudo de DNA ambiental

Técnica que envolve extração e sequenciamento genético dos rastros dos animais será aplicada pelo projeto Conexão Mata Atlântica

Os animais deixam rastros. Além das pegadas e fezes, há inúmeros outros elementos, como minúsculos pedaços de pele, pêlos, excreções. As células contidas nesse material carregam em seu interior informações genéticas que funcionam como códigos de barra e permitem a identificação de espécies. Justamente essas informações são o objeto do ‘Levantamento intensivo da biodiversidade do corredor sudeste da Mata Atlântica inferidos por sequenciamento de DNA Ambiental (eDNA), que será executado pelo projeto Conexão Mata Atlântica, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A extração e o sequenciamento de DNA Ambiental serão empregados para mapear, na água e no solo, a ocorrência atual ou pretérita de organismos no bioma Mata Atlântica. Os fragmentos de material biológico podem ser facilmente extraídos sem o isolamento direto do organismo alvo e, em seguida, sequenciados e comparados com grandes bases de dados de códigos de barra de DNA, permitindo inferir quais espécies passaram por ali.

O estudo pretende melhorar o monitoramento de espécies da biota na região de intervenção do projeto, que envolve a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, e avaliar como elas respondem às intervenções.

Atualmente, as áreas de amostragem estão em processo de seleção. O levantamento será realizado em propriedades selecionadas dentro do escopo de intervenção do Projeto Conexão Mata Atlântica, que envolve mais de 22 mil km2 e está localizado no corredor sudeste do bioma, que engloba os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Também serão selecionadas localidades para ‘controle’ em áreas sem intervenção ou unidades de conservação próximas.

A previsão é de que os dados de campo sejam obtidos até outubro. A extração de DNA das amostras de água e solo deve ser realizada em novembro.

Os dados de fragmentos de sequência de eDNA serão disponibilizados no Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr). Pequenos traços de e-DNA (ATGC, 50-200 pares de bases) funcionam como códigos de barras de DNA e, quando sequenciados, permitem a identificação das espécies.

Levantamento rápido e pouco invasivo – A estimativa dos responsáveis pelo projeto é de que pouco mais de mil amostras de água e solo sejam coletadas para a filtragem do DNA ambiental. Os organismos alvo do sequenciamento serão vertebrados (peixes, aves, mamíferos e anfíbios) e invertebrados (artrópodes).

O levantamento por meio do eDNA apresenta vantagens em relação aos inventários tradicionais, por ser mais rápido e menos invasivo. A caracterização do número e da identidade de espécies pelos métodos tradicionais demandam expedições científicas que requerem investimento de tempo e presença de pesquisadores altamente especializados no conhecimento taxonômico dos vários grupos da biota, envolvendo captura ou coleta de material, curadoria e depósito em coleções biológicas.

O mapeamento da biodiversidade por meio do sequenciamento de DNA Ambiental é uma tecnologia recente e efetiva na área de inventários biológicos. A técnica é utilizada para avaliar as atividades de regeneração de áreas. O investimento fica concentrando em reagentes para a extração e em equipamentos. De acordo com os especialistas, o nível de detalhamento deste tipo de estudo é complementar aos métodos tradicionais de monitoramento da diversidade e tem boa resolução taxonômica, sendo eficaz para a avaliação rápida dos efeitos da modificação do habitat sobre a biodiversidade em regiões tropicais.

Com os dados gerados pelo estudo, devem ser investigados os aspectos de recuperação de ecossistemas e reconectar fragmentos florestais regenerados por meio de cálculos das métricas de diversidade, bem como de estimativas de riqueza e composição de comunidades. As informações obtidas serão correlacionadas com variáveis dos locais de amostragem e oportunamente comparadas entre localidades.

A base de dados da ocorrência de espécies será disponibilizada no SIBBr e resultará em listas para a região, que podem indicar quais espécies são invasoras, bioindicadoras ou ameaçadas e endêmicas. As informações também auxiliarão na compreensão da existência de interações ecológicas e serviços ecossistêmicos representando informações críticas que ajudam no norteamento da implementação de políticas públicas.

Projeto Conexão Mata Atlântica – O Projeto Conexão Mata Atlântica (Recuperação de Serviços de Clima e Biodiversidade no Corredor Sudeste da Mata Atlântica Brasileira) tem o objetivo de aumentar a proteção da biodiversidade e da água e combater mudanças climáticas. Para isso, promove atividades de conservação da vegetação nativa, adoção de sistemas mais produtivos e melhoramento da gestão de unidades de conservação.

A iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em conjunto com órgãos ambientais e de pesquisa dos governos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, conta com apoio financeiro do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) é o órgão executor dos recursos.

Fonte: Rota Verde

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Guaçuí abre atividades do Mês do Meio Ambiente com lançamento de livro sobre RPPNS capixabas

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Guaçuí abre atividades do Mês do Meio Ambiente com lançamento de livro sobre RPPNS capixabas

O evento registrou a presença de um público altamente qualificado de diversos municípios, que atuam em defesa do Meio Ambiente

Foto: Comunicação Prefeitura Municipal de Guaçuí / Leo Ola

Dando início às comemorações do mês alusivo ao Dia Mundial do Meio Ambiente, Guaçuí sediou na noite desta quarta-feira (1º) no Teatro Fernando Torres, o lançamento do livro “Cultura e Natureza, RPPNs do Espírito Santo”. O evento contou com a parceria da prefeitura municipal, por meio das secretarias municipais de Meio Ambiente e Educação.

A obra é voltada à educação ambiental de jovens e um incentivo à leitura, sendo o resultado prático de uma expedição realizada em 2021 pela equipe da Editora Bela Vista e da ACPN, com a participação do fotógrafo Silvestre Silva.

Além de trazer informações, fatos curiosos, histórias de vida e dados sobre a fauna e a flora presentes nestas reservas, o livro também aborda o contexto em que foram criadas e as características humanas, históricas e culturais dos municípios e diferentes regiões capixabas onde estão presentes.

Contando com um público altamente qualificado, sendo registrada a presença de educadores ambientais, proprietários de diversas reservas particulares, secretário de Estado de Meio Ambiente, secretários municipais de educação, diretores de escolas, representante do deputado federal Josias da Vitória, alunos, secretários municipais de diversas pastas local e visitantes, vereadores, autoridades ligadas à defesa do meio ambiente dos municípios de Alegre, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Muniz Freire, Iúna, dentre outros, o evento teve sua abertura pontuando a importância das Reservas Particulares do Patrimônio Natural, a origem e como foi desenvolvido a obra histórica e Guaçuí, sendo o polo do lançamento no Espírito Santo.

Após a abertura, o secretário municipal de Meio Ambiente Roberto Martins, fez uso da palavra apresentando ao público os envolvidos no projeto, Renan Cyrillo, Produtor Executivo da Editora Bela Vista, Sérgio Simões, Coordenador Editorial da Bela Vista Cultural e Sebastião Francisco Alves, Proprietário da RPPN Remy Luiz Alves e Presidente da ACPN Associação Capixaba do Patrimônio Natural que fizeram a apresentação da obra e se encarregaram da distribuição dos livros aos proprietários das reservas, escolas de alguns municípios da região do Caparaó e outras autoridades presentes.

Foto: Comunicação Prefeitura Municipal de Guaçuí / Leo Ola
Foto: Comunicação Prefeitura Municipal de Guaçuí / Leo Ola

Martins ainda em sua fala agradeceu a todos os envolvidos na realização do evento. “Hoje é um dia muito importante para todos nós, esse evento está abrindo o mês das atividades do meio ambiente de Guaçuí. Quando olhamos uma reserva do patrimônio natural, por trás tem muita luta, muitos sonhos, muitas lágrimas, mas, sobretudo muitas vitórias. Vocês são campeões porque ali depositam amor todos os dias. Parabéns por serem exemplos para o Espírito Santo, para todos nós e porque não dizer: para todo país”, concluiu.

A supervisora educacional, Márcia Oliveira, representando a secretária municipal de Educação Sayonara Toledo Gil, parabenizou a secretaria de Meio Ambiente e aos proprietários das RPPNs pela iniciativa. “É com grande alegria que a Secretaria de Educação de Guaçuí participa desse evento, temos a esperança que esse livro seja instrumento de propagação da importância das RPPNs na preservação da biodiversidade, dos recursos hídricos e da educação ambiental. Esperamos também, através da educação, explorar ao máximo o livro Cultura e Natureza RPPNs no Espírito Santo criando oportunidades de boas experiências com a natureza colocando nossos alunos em contato direto com ambiente natural proporcionando assim a conscientização da importância de casa um de nós para preservação ambiental”, informou.

O Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Fabrício Hérick Machado, também estava presente e se mostrou muito grato por participar do lançamento. “Estou muito feliz por estar aqui nessa noite, esse lançamento é muito simbólico para nossa região. Temos uma contribuição nesta publicação, mas é muito pouco comparado ao que os “RPPNistas merecem. Sabemos da importância do trabalho e da dedicação deles, e por muitas vezes eles suprem o trabalho do estado no que diz respeito a preservação conservação e recuperação do meio ambiente”, concluiu.

Já o prefeito Marcos Luiz Jauhar, agradeceu a Editora Bela Vista Cultura e parceiros pelo lançamento de uma obra tão importante que retrata 35 reservas do Estado. “Agradeço por Guaçuí ser premiada por este dia histórico, parabenizo a equipe da secretaria de Meio Ambiente por ter feito os contatos preliminares tornado esse momento uma realidade, bem como apoio fundamental da equipe da secretaria de Educação e todos que contribuem para a importância do desenvolvimento sustentável, deixando um legado material e imaterial para as atuais e futuras gerações”, informou.


Fonte: Rota Verde

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